Esta
história certamente é a mais bizarra e inesperada entre todas as relatadas aqui,
não por sua natureza em si “estranha”, visto que as outras também o são, e até
muito mais, mas por tratar-se de uma visão sem igual em toda a História (creio
eu, em minha humilde imaginação). Por volta do final dos anos 90, a maioria das
crianças, que antes enchiam de brincadeiras a rua lá de casa, já havia
crescido. Embora eu não brincasse na rua, era sempre costume fazer alguma
zoeira em casa, fosse com meus primos ou com os filhos da comadre da minha mãe.
Em uma dessas noites, logo após o jantar, lembro que conversavam no quarto da
minha tia, a própria, minha mãe e sua comadre, enquanto eu e a afilhada de
minha mãe brincávamos na sala. Não lembro bem em que consistia a brincadeira,
mas acho que não era nada elaborado, simplesmente estávamos jogando almofadas
umas nas outras. Foi quando, de repente, essa menina encostou-se à parede,
pálida e olhando para mim. Eu, já assustada, perguntei o que ela havia visto e,
para minha surpresa, ela respondeu que avistara um astronauta no portão. Aqui,
caro leitor, preciso esclarecer que as casas de minha mãe e tia são geminadas e,
naquela época, possuíam um muro baixinho com portão em grade metálica, o que
permitia ver claramente toda a rua. Como a porta da sala possuía basculantes,
qualquer pessoa de dentro da sala veria facilmente alguém na rua. A menina
estava visivelmente paralisada, repetindo que ele ainda estava lá fora. Naquela
ocasião, pega tão de surpresa, eu não quis pagar para ver, então nos abaixamos
e saímos engatinhando até o quarto para, então, contar o ocorrido às nossas
mães. Nem preciso dizer que ninguém acreditou naquele fato para lá de
inusitado; se ainda fosse um fantasma, mas um astronauta? Depois de alguns
minutos, conseguimos, ao menos, convencer nossas mães de que estávamos bastante
assustadas. Fomos todas para a sala, mas como já era esperado, não havia uma viva
alma no portão. Os únicos detalhes a mais que a menina conseguiu relatar,
depois do ocorrido, foi que aquele astronauta – ela o definiu assim, pois
estava todo de branco e com um capacete também branco similar ao de um
astronauta – tinha estatura pequena, similar a uma criança de oito ou dez anos,
e segurava as grades do portão com as mãos, como se estivesse curioso em ver o
que havia dentro da casa. Até hoje, não tenho explicação para aquilo. Alguém
fantasiado, tentando pregar uma peça; quanto investimento para mais ninguém na
rua ter visto aquilo também? Uma visão deslocada que a menina achou ter enxergado,
no meio daquela brincadeira de almofadas? Ou realmente teria sido algo
insólito? Vai saber...
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