Essa coletânea surgiu de uma necessidade grandiosa e intrínseca de registrar um passado
mágico e rico de histórias fantásticas, as quais, por muito tempo (e talvez
ainda), permearam meu cotidiano infantil na região metropolitana do Recife entre
as décadas de 80 e 90. Essas histórias são, em sua grande maioria, advindas de
contos da minha própria família. Mas também contribuíram muito para essa humilde
coletânea as ouvidas dos vizinhos e de conhecidos que,
periodicamente, visitávamos em localidades mais longínquas.
Muitos dos causos relatados aqui são advindos de histórias ocorridas em municípios da atual grande
Recife, sendo em sua grande maioria provenientes de localidades mais afastadas
e ainda chamadas de engenhos. Dentre essas localidades, algumas ainda possuem
grandes canaviais e usinas de beneficiamento de açúcar e derivados, enquanto
outras viraram bairros afastados ou pequenos povoados, praticamente perdidos da
civilização. Para fins de compreensão sobre a distribuição espacial das
histórias, o leitor poderá acompanhar o mapa detalhado de muitas das
localidades retratadas aqui nesta obra.
Visto que passei toda
minha infância e juventude em Ponte dos Carvalhos, atual distrito do município
do Cabo de Santo Agostinho, que abarca trechos do litoral sul e da Zona da Mata
pernambucana, muitas histórias se passam neste município, e já outras representam
causos ouvidos ou presenciados por familiares e conhecidos em municípios
próximos, ao exemplo de Escada e São Lourenço da Mata. Ora haverá algum relato
ocorrido em Caruaru, no Agreste pernambucano e, para não dizer que não falei
de Recife, haverá histórias provenientes da própria capital.
Finalmente, gostaria
de agradecer imensamente a todos que contribuíram com suas histórias
fantásticas, contadas com tanto entusiasmo e verdade, que me fizeram uma eterna
apaixonada pelos causos e contos que o povo conta. Esclareço que há uma pitada
de interpretação pessoal nas crônicas e, por isso mesmo, fiz questão de
relatá-las como me lembrava delas, resgatando um “quê” de perplexidade e
encanto infantil, de quando eu ouvia essas histórias, muitas vezes sentada à mesa da nossa
cozinha, nos dias em que faltava energia elétrica e a família se reunia ali por
horas. E eu, incoerentemente medrosa e corajosa, ouvia atentamente, e logo
pedia por mais causos, especialmente os de mal assombro e outras visagens desse
e do outro mundo.
Periodicamente, novas histórias serão postadas aqui. Veja a seguir, uma lista delas:
Periodicamente, novas histórias serão postadas aqui. Veja a seguir, uma lista delas:
Sumário
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